“ONG SOS Dental” beneficia Brasil e pessoas em 11 países
Com um grupo de 15 mil dentistas o “Projeto Adote Um Sorriso” atende comunidades de baixa renda beneficiando cerca 160 mil pessoas. O dentista e empresário Marcelo Schettini dispõe de consultório móvel e favorecerá famílias pobres na Flórida
Há oito anos a “ONG SOS Dental”, com o lema “Distribuindo Sorrisos”, reúne um grupo de 15 mil dentistas para atendimento às comunidades de baixa renda através do “Projeto Adote Um Sorriso” que já beneficiou cerca de 160 mil pessoas em 11 países, sendo a maioria no Brasil. À frente dessa importante iniciativa, o dentista e empresário Marcelo Schettini – fundador da ONG e idealizador do projeto -, definiu a atuação como sendo “adequação do meio bucal”, que averígua as condições da saúde bucal da população e as encaminha para os voluntários especialistas em seus consultórios quando necessários. “No Brasil e nos países onde atuamos, utilizamos um consultório móvel com atendimento preferencial. É o dentista que vai à Comunidade, seja em favela, asilo ou em áreas de risco onde a população precisa de ajuda dental. Realizamos a operação do bem, levando alívio e suporte as pessoas sem condições para ir a um consultório odontológico”, informa Schettini.
“Desenvolvi primeiramente um trailer odontológico para o qual utilizei por 18 meses, e logo a seguir montei ambulâncias odontológicas, porém ainda não era o ideal, pois o custo operacional era inviável. Então criei, desenvolvi e patenteei um equipamento odontológico portátil completo para o dentista. Foi o meu passaporte ao sucesso social e empresarial. Nas favelas, conseguimos um êxito em números e modelo de atendimento,” explica.
“Quando alguém tem uma emergência odontológica, liga para um ´Call Center´ e é atendido por dentistas que fazem uma triagem, e, posteriormente encaminham um dentista para seu domicílio, ou indicam um consultório ou clínica de nossa rede”, esclarece Marcelo. “Com o tempo resolvi replicar o modelo de sucesso empresarial junto a nossa ´ONG SOS Dental´ em benefício às comunidades carentes do Rio de Janeiro”, enfatiza o dentista.
Em reconhecimento ao seu trabalho de ajuda humanitária a “ONG SOS Dental” foi reconhecida e premiada pela “Brazil Fundation”, “Google”, “Susteinable Brands”, “American Dental”, “Apex (Agência de Exportação do Governo Brasil)”, International, B Corporation”, propiciando à internacionalização da entidade e a concessão do Green Card pelo governo Americano, ao fundador da organização, através do visto EB1, por habilidades empresariais extraordinárias. “Cobrimos os vinte e sete estados brasileiros e países de comunidades carentes como, por exemplo, Egito, Cabo Verde, Haiti, entre outros países”, complementa Marcelo Schettini.
“Há um ano e meio estamos em negociação com o governo da Flórida para iniciar atendimentos nos centros médicos, através da ´ONG SOS Dental´, dando suporte odontológico às famílias carentes do país. Estamos desenvolvendo um trabalho extremamente importante que irá beneficiar a todos”, acrescentou.
Marcelo Schettini também administra um grupo de empresas “SOS Dental” (with for profit), em Orlando, e “ODONTOCASE” (indústria de equipamentos odontológicos), evidenciando que “somos a única empresa de odontologia domiciliar de urgência do mundo, que trabalha para grandes grupos – Unimed e Caixa Econômica Federal-, no conceito securitário. Vendemos serviços de urgência em todo o Brasil, vinte e quatro horas, por menos de um real mês, trabalhando nos moldes as UTIs móveis que atendem as emergências aos seguros de saúde”, ressalta o empresário.
Origem do Projeto
Mineiro de Guataguazes, mas criado no Rio de Janeiro, lembra Marcelo Schettini que aos 15 anos de idade foi surpreendido por uma forte dor de dente, ocasião que dispunha de poucos recursos financeiros. “Tive uma dor de dente por três semanas seguidas e devido à falta de recursos financeiros para resolução do problema. O dentista queria extrair meu dente, e eu queria que o dente fosse tratado, então trabalhei para juntar o dinheiro necessário para pagar o tratamento. Ele me atendeu e foi um alívio tão grande que a partir daquele momento decidi ser dentista”, conta. “Jurei que nunca negaria atendimento aquele que sofresse com dor de dente, independente de ter ou não dinheiro”, determina.
Em 1981, então com 17 anos, Marcelo Schettini se mudou para o Rio de Janeiro, quando foi aprovado no vestibular para Odontologia da “Universidade do Grande Rio – Unigranrio”. Ele foi morar e estudar em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em área de extrema pobreza. “Foi nessa ocasião que pude vivenciar a real necessidade da população no tocante ao atendimento odontológico”, recorda. “Vindo de uma família de classe média baixa, custeei meus estudos vendendo lingerie, mel de abelha, cachaça no mercado e aos colegas de faculdade”.
Em 1982, Marcelo foi obrigado a pedir o desligamento do Curso de Odontologia devido a problemas financeiros, porém o reitor da “Unigranrio”, Prof. Jose de Souza Herdy, não permitiu e emitiu um cheque pessoal para quitar as mensalidades em atraso. “Tenho uma dívida impagável com o reitor José de Souza. Ele bancou os meus estudos para que eu pudesse conseguir o crédito educativo, o que aconteceu somente no terceiro ano da universidade”, agradece.
No final de 1983, ainda acadêmico, “montei minha primeira clínica odontológica no bairro de Lote XV, em Belford Roxo, no Rio, em sociedade com um dentista já formado” comenta o empresário. “Era um conceito popular, mas com alto padrão de qualidade de atendimento, sempre aliviando a dor do paciente em primeiro lugar, e depois falávamos do orçamento. Todos adoravam e o ‘boca a boca’ se propagou rapidamente”, reforça.
“O sucesso foi exponencial e me tornei, em menos de cinco anos proprietário de uma rede de mais de dez clínicas, com mais de cem consultórios”, comemora Marcelo. “Um atendimento voltado ao trabalho social, pois minha família, apesar de poucos recursos, tinha tradição de filantropia. Dessa forma, fui compelido a fazer algo na minha área, mas com olhar abrangente. O método convencional dos tratamentos odontológicos em ‘escala‘, é falho e inoperante, no entanto como faríamos atendimento de massa, com os recursos que tínhamos?”, deduz o dentista.
“Consultórios fixos em locais ‘nobres‘ onde a população jamais poderia chegar, não dispondo de dinheiro para o transporte público, não funcionam. Ainda assim, quando chegavam aos consultórios ficavam constrangidos com as diferenças sociais e não retornavam. Entendi que a solução seria levar o tratamento até as comunidades e não esperar passivamente pelos clientes”, diz. “Meu sonho no Brasil é criar o ´SADU´ (Serviços Atendimento Dentários de Urgência), Espelhando o nosso ´SAMU´ -193-, e para o mundo é seguirmos o exemplo de sucesso dos “Doctors no border, thru Dentist no border”, finaliza.